sexta-feira, 7 de novembro de 2008

200809 Serenidade




- Existe um sentimento que você deve, a todo custo, manter no mais alto nível, a sua auto-estima. Eu sei que é difícil, pois além dos problemas usuais, a EM tempera tudo com uma boa dose de depressão, e o remédio usado no tratamento também tem como efeito colateral esse mesmo estado.

Então não tem mais o que fazer a não ser lutar contra qualquer desânimo. Cerque-se do maior número de coisas que te deixem bem, tenha o verdadeiro pensamento positivo como um aliado freqüente na vida, e enfrente os problemas que chegarem, de uma forma confiante do resultado conveniente.

Além de tudo, e principalmente, procure se conhecer ao máximo, tomando consciência das suas qualidades, defeitos e armas que dispõe para enfrentar a vida. Uma boa psicoterapia ajuda na obtenção deste resultado.

Para ajudar um pouco mais, abra um sorriso e procure fazer dele uma realidade para si mesmo. Pois tudo depende da sua vontade de ser feliz.

(diálogo de um portador de EM com o espelho)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

200808 Um pouco de história



Domingo quente, clube de campo “Águas Finas”, em Aldeia, PE.

Muito verde, banhos de piscina e de açude, mergulhos e mais mergulhos, diversão perfeita para crianças. Muito peixe-agulha frito e pouco líquido. Após o almoço veio o mal-estar, a náusea, o vômito, a desidratação. Esta seria a minha primeira internação em um hospital, o primeiro soro.

Consultório médico, na minha cidade natal, Arcoverde, eu, meu pai e minha mãe. O Doutor me examina e dá um diagnóstico que faz minha mãe levantar, encostar seu rosto na parede e chorar escondido. O Doutor havia dito que me fosse tirada a escola, pois a única coisa que me restava era a espera de um fim ignorado por ele, mas que certamente não me daria direito a ter uma vida normal. Ignorante do que se passava, começo a tomar uma injeção em casa.

Sete anos de idade, e lá estava eu com algo desconhecido até das pessoas que deveriam saber de tudo. Fraqueza inesperada nas pernas, falta de sensibilidade em partes do corpo e desidratações constantes, tudo isto acontecendo em uma cidade de interior, no ano de 1977. Aí então começa a história de uma vida marcada pelo instinto de sobrevivência e um enorme desejo de descobrir o que era este algo tão desconhecido e sem nome, que me colocava em uma situação estranha e cruel à minha idade de então.

Trinta e um anos depois, o que aquele Doutor da cidade de interior havia previsto não aconteceu. Graças à teimosia da vida e ao surgimento de tratamentos para a EM, aqui estou, vivo e bem, com uma qualidade de vida que me dá direito a viver bem e querer mais da vida.