terça-feira, 4 de novembro de 2008

200808 Um pouco de história



Domingo quente, clube de campo “Águas Finas”, em Aldeia, PE.

Muito verde, banhos de piscina e de açude, mergulhos e mais mergulhos, diversão perfeita para crianças. Muito peixe-agulha frito e pouco líquido. Após o almoço veio o mal-estar, a náusea, o vômito, a desidratação. Esta seria a minha primeira internação em um hospital, o primeiro soro.

Consultório médico, na minha cidade natal, Arcoverde, eu, meu pai e minha mãe. O Doutor me examina e dá um diagnóstico que faz minha mãe levantar, encostar seu rosto na parede e chorar escondido. O Doutor havia dito que me fosse tirada a escola, pois a única coisa que me restava era a espera de um fim ignorado por ele, mas que certamente não me daria direito a ter uma vida normal. Ignorante do que se passava, começo a tomar uma injeção em casa.

Sete anos de idade, e lá estava eu com algo desconhecido até das pessoas que deveriam saber de tudo. Fraqueza inesperada nas pernas, falta de sensibilidade em partes do corpo e desidratações constantes, tudo isto acontecendo em uma cidade de interior, no ano de 1977. Aí então começa a história de uma vida marcada pelo instinto de sobrevivência e um enorme desejo de descobrir o que era este algo tão desconhecido e sem nome, que me colocava em uma situação estranha e cruel à minha idade de então.

Trinta e um anos depois, o que aquele Doutor da cidade de interior havia previsto não aconteceu. Graças à teimosia da vida e ao surgimento de tratamentos para a EM, aqui estou, vivo e bem, com uma qualidade de vida que me dá direito a viver bem e querer mais da vida.

3 comentários:

Rej@ disse...

Lindo o Blog, leitura gostosa e franca, parabéns pela iniciativa meu amigo. Sucesso!

Rej@ disse...

Belo blog, leitura gostosa e franca. Parabéns pela inciativa meu amigo, sucesso!

Anônimo disse...

Grande Geraldo, voce é um cara especial!!! Muito lindo seu blog e também alento para os portadores da doença. Grande abraço Evandro.